O Centro de Cultura Social teve em suas fileiras vários elementos do movimento anarquista de todo gradiente: de trabalhadores a intelectuais, de simpatizantes a aguerridos combatentes, sendo que todos tiveram, em seu tempo e a seu modo, grande importância, tanto dentro do CCS, quanto no movimento anarquista e no cenário político, social, acadêmico e artístico em geral. Dentre esses muitos nomes t alguns poucos, mas assim os demais sejam resgatados serão logo elencados.

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Antonio Martinez (1915-1998), operário, vivenciou os últimos da FOSP, na década de 1930. Conhecido como Martins, foi junto com os irmãos Cubero, um dos principais apoiadores do CCS na sua reabertura em 1985 até seu falecimento em 1998. Ver mais aqui.

 

 

 

 

Diego Giménez Moreno (1911–2010), nasceu em Vila de Jumilla,Espanha. Trabalhador operário na Catalunha, lutou na Guerra Civil Espanhola como combatente anarquista. Chegou ao Brasil em 1952, participando de iniciativas na Sociedade Naturista Amigos de Nossa Chácara e do Centro de Cultura Social.

Edgar Rodrigues, pseudônimo de Antônio Francisco Correia (1921- 2009), anarquista português, chegou ao Brasil na década de 1950 por conta da perseguição salazarista, onde se notabilizou como historiador autodidata do movimento operário e anarquista de Portugal e do Brasil, com dezenas de títulos escritos.  Ver mais aqui.

 

 

 

 

 Edgard Frederico Leuenroth (1881-1968), jornalista e arquivista, um dos principais nomes da história do movimento anarquista no Brasil, foi editor e colaborador dos principais jornais libertários das década de 1910 a 1960; um dos principais nomes do sindicalismo de matiz liber­tária na primeira metade do século XX; um dos organizadores da Greve Geral de 1917, da Federação Operária de São Paulo (FOSP) e do Centro de Cultura Social de São Paulo (CCS), além de organizador do arquivo sobre a história do movimento operário, social e anarquista do Brasil, que atualmente se encontra na Universidade de Campinas. Ver mais aqui.

 

 

Francisco Cuberos (1924-2010), cunhado de Liberto Lemos e irmão de Jaime Cubero, tal qual o irmão, iniciou a participação no movi­mento libertário também na década de 1940, no CCS e Nossa Chácara, mas principalmente no Laboratório de Ensaio do CCS, onde juntamente com outros artistas amadores, encenaram diversas peças do teatro social entre as décadas de 1940 e 1960. Se profissionalizou como ator e diretor sob o nome artístico de Cuberos Neto.  


Jaime Cubero (1927-1998), anarquista, sapateiro e arquivista, foi um dos principais organizadores do movimento anarquista em São Paulo, entre a década de 1940 e 1990 e um dos reorganizadores do CCS em 1985. Jaime, quando jovem, foi um dos elementos mais ativos da década de 1960 e o principal nome nas décadas de 1980 e 1990. Era bem rela­cionado, sendo um interlocutores que possibilitou a aproximação entre a produção universitária e o anarquismo que estava se reorganizando. Tinha um perfil conciliador, fazendo interface entre diferentes agrupa­mentos do movimento, sendo uma ponte entre a vivência que teve com os principais nomes do anarquismo no Brasil (Edgard Leuenroth, Pedro Catallo, João Penteado, etc.) até os anarcopunks da década de 1990. Ver mais aqui.

 

José Oliva Castillo (1912-2001), espanhol, chega ao Brasil em 1925. Participa das últimas atividades da FOSP e, posteriormente, do Centro de Cultura Social de São Paulo e da Sociedade Naturista Amigos de Nossa Chácara, essa última, uma das suas grandes ocupações. Marceneiro, lá monta uma oficina cooperada de fabricação de móveis, durante alguns os anos durante 1970.

Liberto Lemos Reis (1922-2000), filho de espanhóis, deve seu nome "Liberto" ao pai anarquista. Foi casado com Aurora, irmã de Jaime Cubero e teve como professor Florentino de Carvalho. Tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, onde morou na década de 1950, colaborou com o movimento anarquista local, além do Grupo Projeção, do jornal Dealbar e do Centro de Cultura Social.

 

Lucca Gabriel (1924-1976), militante anarquista e participante do Centro de Cultura Social a partir da década de 1940. Colaborador entre outros do jornal A Plebe, sendo diretor de O Libertário, durante um período.

 

 

 

 


Maria Valverde Silvello (1916-198-), anarquista, operária e atriz, foi militante do Centro de Cultura Social e atuou em diversas peças do teatro social até a década de 1950, participando também do Laboratório de Ensaio. Chico Cubero, mencionava que a casa de Maria Valverde era um ponto de reunião, de encontro, além de ter um ambiente alegre.

 

 

 Mario Ferreira dos Santos (1907-1969) – Uma figura conhecida nas prateleiras e catálogos das bibliotecas de filosofia do Brasil, Mario Ferreira dos Santos, atuou no CCS nas décadas de 40 a 50. Exerceu influência tanto a Jaime e Chico Cubero, quanto a vários elementos que frequentavam o CCS. Tendo a tradução de textos filosóficos e uma produção filosófica própria, ainda legou escritos em que aborda o anarquismo. Foi um grande orador, que discorria sobre os mais variados temas, falando inúmeras vezes no CCS. Morreu em 1969, aos 61 anos.

 

 

 

Maurício Tragtenberg (1929 - 1998), sociólogo, historiador, escritor, ensaísta e professor, com passagem pela USP, UNICAMP, PUC-SP E FGV. Teve passagens no PCB, e posteriormente no trotskismo.  Tido como marxista heterodoxo, se auto definia como um socialista libertário. Travou largo contato com os antigos militantes do CCS desde o periodo da reabertura política no Brasil. ver mais aqui.

 

 

 

Pedro Catallo (1901-1969), sapateiro, iniciou sua militância ainda nos anos 1920, atuando como promotor da imprensa operária, Comitê pró-Sacco e Vanzetti, sindicato dos sapateiros, Federação Operária de São Paulo, Sociedade Naturista Amigos de Nossa Chácara e principalmente, no Centro de Cultura Social. Era dramaturgo, escrevendo e dirigindo diversas peças no teatro social, além de poesia, bem como colaborou em quase toda imprensa libertária entre 1930 e 1960.